quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

São Paulo sediará encontro internacional de Uroginecologia.



A International Urogynecological Association (IUGA) uma das duas mais respeitáveis e representativas entidades mundiais da Uroginecologia realiza em São Paulo, na Universidade Federal de São Paulo, vila Mariana, um  “Regional Symposia” nos dias 12 e 13 de dezembro de 2011.

Uroginecologia, ou Urologia Feminina ou Cirurgia Reconstrutiva Pélvica é a união multidisciplinar voltada ao tratamento dos distúrbios miccionais e fecais da mulher.
O assoalho pélvico e os respectivos órgãos, bexiga, reto e canal vaginal/útero, compõem estruturas complexas, com controle neurológico específico, que afetam as funções urinárias, fecais, reprodutivas/sexuais e posicionamento dos órgãos pélvicos da mulher.

Disfunções nesse conjunto de órgãos, músculos, ligamentos e demais estruturas estão representadas nas incontinências (perdas involuntárias) de urina e fezes/gases, queda do útero que se exterioriza em graus variados pela vagina, os chamados prolapsos, que também afetam o intestino descendo pelo canal vaginal.

O tratamento dessas condições evoluiu muito e hoje vários ginecologistas, urologistas, proctologistas, fisioterapeutas, neurologistas, enfermeiros e outros profissionais se dedicam a essa área.  Distúrbios uroginecológicos geralmente não matam ninguém, mas trazem um ônus incalculável na qualidade de vida, depreciação pessoal, limitação profissional e social, desajustes sexuais, entre várias outras coisas.

O evento tem a característica de ser limitado a poucos profissionais (no Brasil, 200 vagas, preenchidas imediatamente), presença maciça de professores estrangeiros, caráter didático/prático de primeira linha e alto nível dos cursos. São dois dias, praticamente 24 horas, de atividades científicas, vídeos, demonstrações e compartilhamento de experiências de alto valor.

Confira o site do evento e o programa

Drs. Rodrigo Castro (Unifesp), Membro re-eleito do Board/ Latin America da IUGA e Aparecida Pacetta (USP)  são os “Chair/ Local Organizing Committee” .  Entre os convidados internacionais destacam-se os Profs. Guilhermo Willy D´Avila, vice- presidente da IUGA e professor na  Cleveland Clinic (EUA), Gunnar Lose (Dinamarca), Gamal N. Ghoniem (EUA), Jean Depreste (Bélgica),  Enrique Ubertazzi (Argentina), Cesar Descouvieres (Chile) e German Urenda (Bolívia).  Os Speakers brasileiros somam 24, a grande maioria oriunda do Nucléo Brasileiro de Uroginecologia.

Nós participaremos com um aula sobre "Overflow incontinence"  ou Incontinência por Transbordamento, aquela que acontece na bexiga obstruída, que vaza como um depósito de água que enche até o seu limite.

Esse curso já é um prenúncio,  muito importante para os brasileiros,  que receberão o Congresso mundial da  ICS - International Continence Society, a outra maior e mais importante sociedade na área, entidade co-irmã da IUGA, no ano de 2014, no Rio de Janeiro.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Bexiga Hiperativa - novidades no tratamento

Bexiga hiperativa é uma condição clínica muito importante e frequente em que a pessoa apresenta necessidade urgente e frequente de urinar, conseguindo ou não segurar o xixi (seca ou úmida), em que o sintoma principal é a urgência, uma vontade imperiosa de urinar, ocorrendo várias vezes ao dia e mesmo à noite.

A Bexiga Hiperativa pode ser avaliada clinicamente, excluindo-se causas mais imediatas que podem ser tratadas e resolvem o problema de uma vez, como na infecção urinária, cálculos vesicais, crescimento prostático, efeito da radioterapia na bexiga e assim por diante.

Às vezes, contudo, não há uma causa aparente ou presente, apenas os sintomas.

Nesses casos os tipos de tratamento são bastante variáveis, desde técnicas de fisioterapia, medicamentos, toxina botulínica (Botox ) intravesical, eletro-estimulação, biofeedback entre outros.

O carro chefe do tratamento é o medicamento que inibe a atividade contrátil da bexiga (ou atividade motora). São medicamentos que colocam em repouso o músculo da bexiga - tornando-o "normoativo", em oposição à situação de "hiperatividade"!).

Há ótimos medicamentos, mas nenhum é 100%  em efetividade e ausência de efeitos colaterais.

Além disso, uma coisa que sempre intrigou os especialistas dessa área (os distúrbios da micção) era que uma parcela considerável dos pacientes, homens, mulheres e crianças, que apresentam a bexiga hiperativa, na realização do exame urodinâmico, não apresentavam contrações em excesso,  apenas sintomas sensitivos alterados.

O estudo sistemático das vias nervosas envolvidas, estudo de ressonância associados a PET (emissão de pósitrons) e outros estudos básicos avançados (modelos animais com alta tecnologia, tem possibilitado a identificação de vários mecanismos que podem explicar a doença.

Nesse sentido, a primeira novidade, no campo dos medicamentos é que começam a ser utilizados medicamentos para a Bexiga Hiperativa, que não atuam na parte motora, mas vão alterar a parte sensitiva, melhorando a resposta dessa outra parcela de pacientes a que nos referimos.