quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sífilis congênita - um problema sério e protelado

Reproduzo abaixo o boletim do Prof. Mauro Romero Leal Passos, um ícone e estudioso, respeitado no Brasil e no mundo, no campo das Doenças Sexualmente Transmissíveis, nosso particular amigo e Professor da Universidade Federal Fluminense. Assino embaixo do que ele disse.

"Prioridade para a sífilis congênita?


Em 1992, o Ministério da Saúde do Brasil assumiu compromisso, junto à Organização Mundial de Saúde, de eliminar a sífilis congênita, em terras brasileiras, até o ano 2.000.

Deu em nada.


Ao longo desses 20 anos (vinte anos), por várias vezes profissionais do Ministério da Saúde discursaram apontando a sífilis congênita como um sério problema de saúde pública no Brasil, mas nada de eficiente foi feito.


Em 8 de fevereiro de 2011, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, definiu três prioridades nas políticas de DST, aids e hepatites virais: o ministério faria o que fosse necessário para dar mais segurança e sustentabilidade aos tratamentos, além de reformular ações de diagnóstico precoce desses agravos, especialmente da sífilis. Disse mais: “Não faz sentido o Brasil, que conseguiu tanto sucesso no controle da transmissão vertical do HIV, não conseguir controlar a sífilis congênita”.


Por fim, o ministro referendou o compromisso assinado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, com os movimentos sociais. “Será o programa de governo para o Departamento de DST, aids e hepatites virais. A Cnaids e a sociedade civil são muito importantes no monitoramento da execução desses compromissos”, asseverou.




Um ano depois, não conseguimos identificar ações efetivas e contundentes no combate à sífilis congênita.


Por que ministros de Estado, no Brasil, não cumprem o que falam?


Apesar de o ministro ser médico, vale lembrar que sífilis congênita é a continuação, em primeira instância, da sífilis adquirida por homens. Vale ainda assinalar que não há qualquer comprovação, em estudos publicados em periódicos científicos, de que a distribuição de preservativos em sambódromos atue efetivamente na diminuição das DSTs.



Mauro Romero Leal Passos

Professor associado chefe do Setor de DST da

Universidade Federal Fluminense"

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Fim das sacolinhas - opinião do cidadão*.


Às vezes eu me pego pensando em quão ardilosa é um parte da sociedade brasileira, uma pequena parte, e quão boba é o resto (enorme) dela.

Festeja-se junto com o aniversário de São Paulo, amanhã, o fim das sacolinhas plásticas dos supermercados.
Ecologia que atende o interesse econômico.

Os varejistas vão agir como os atacadistas que não fornecem embalagens e cobram mais barato, mas vão continuar cobrando o preço cheio do varejo, agregando ainda a venda das coloridas sacolas ecológicas.

Nos Estados Unidos não usam sacolas plásticas (ou usam biodegradáveis), mas se você faz compras em certo volume ainda existem os bons sacos de papel, grandes,  reciclados e recicláveis.  Aqui não.

Consumidor vire-se! Compre as nossas sacolas ecológicas! Numa compra de mês, imagine quantas...

Por que não então não voltarmos ao tempo do óleo em tambor, daquele que a gente levava o litro para encher, o mesmo que fazíamos com o tamborzinho de leite? 

E os pets que atulham os rios? Nesses ninguém vai mexer, porque comprar refrigerante a granel é inaceitável e aqui a ecologia não funciona, ou não interessa, pois quem teria que por a mão no bolso não seria o consumidor!!!

Wake up my fellow citizens!

* Janeiro é més de férias e reflexão. Na proposta desse blog, não só a Medicina e a Urologia estão em pauta, antes de médico, ou qualquer outra profissão, todos somos cidadãos comuns. Compartilharei algumas reflexões como tal com os leitores.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

ALERGIA AO LÁTEX - PERIGO

Se você é alérgico ao látex, cuidado, redobre seus cuidados pessoais para não precisar de um hospital ou uma cirurgia.

O motivo é muito simples: o Brasil não tem nenhum fabricante de luvas  "latex free" (geralmente as cirúrgicas são feitas de neoprene e as de procedimentos - mais simples - são feitas de nitrilo).

Esse material, vital para o manuseio de pacientes alérgicos ao látex (e mesmo para uso dos cirurgiões que também são alérgicos) era totalmente importado de fabricantes externos que supriam a demanda.

A importação está proibida ou "empacada".

O motivo:  a burocracia do Ministério do Trabalho e Anvisa.

O primeiro, desde 2009, baixou portaria segundo a qual as luvas cirúrgicas e de procedimento deveriam ter gravados em seus punhos, além da data de validade e lote , o seu  CA  estampado.  C A  é o número do Certificado de Autorização de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Mais um número brasileiro.

Ocorre que o mercado brasileiro, para esse ítem, não têm tanto "charme" e volume para motivar os fabricantes internacionais  a mudarem a sua produção para atender  a Republiqueta Burocrática ao sul do Equador.  O que por sua vez não acaba com a necessidade desse produto pelos brasileiros  alérgicos ao látex...

Nessas horas, como médico,   dá vergonha,  não se ser brasileiro, mas de não sabermos votar e nem fiscalizar os estafetas de plantão nos milhares de órgãos que infernizam a vida de todos os cidadãos. Sem contar a ineficácia de nossos políticos eleitos (alguns já notificados em 2009 do problema).

Os fabricantes internacionais não deram nem bola para essa exigência.

Isso posto, diante de uma gritaria de familiares de crianças deficientes, que geralmente desenvolvem esse tipo de alergia em função das repetidas cirurgias a que tem que se submeter, a Anvisa suspendeu durante um tempo a exigência. Hoje, contudo, esse que lhes escreve, ao operar as 7 h da manhã num grande hospital de S. Paulo e, por ser alégico ao látex, solicitou uma luva de neoprene.  Foi quando foi informado que os estoques estão baixíssimos, senão inexistentes em vários e vários hospitais. 

Ao término da cirurgia, inconformado, consultou o Departamento de Compras de outro grande hospital paulistano, também de primeira linha  e a confirmação foi imediata:  apenas algumas luvas trancadas a sete chaves, sem perspectiva de fornecimento. Outro grande foi além,  informou que um distribuidor está com uma carga do precioso item retido na Alfândega pela "zelosa exigência" do MT/Anvisa.

Diga-me o leitor se não é para sentar na sargeta da rua e chorar?

Dica - se você suspeita que tem alergia ao látex há um exame específico  ( IG E específico contra o látex) feito com uma amostra de sangue, que além de acusar ou não a positividade quantifica a resposta.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Hepatite B - Maior cobertura da vacinação.

Começando 2012, com uma boa notícia:

Saúde amplia faixa etária para vacinação de Hepatite B

A partir deste ano, pessoas com até 29 anos poderão se vacinar contra essa doença que em 70% dos casos não apresentam os sintomas, mas pode se tornar crônica.
O Ministério da Saúde amplia a partir desse ano a faixa etária para vacinação contra a hepatite B. No ano passado, a idade limite para vacinação passou de 19 para 24 anos. Em 2012, o público-alvo será ampliado para pessoas de até 29 anos. A medida vale a partir deste mês. Para isso, em 2011, o Ministério da Saúde ampliou em 163% o quantitativo de vacinas compradas para a hepatite B – 83,2 milhões.


Vacine-se, aproveite o que você paga em impostos! Se tem dúvida sobre o seu estado de imunização consulte seu médico. Adultos também têm um programa de vacinação dinâmico. Não é coisa só de criança e é um assunto sério.