Um editorial recente do New England Journal of Medicine chama a atenção para o 'legado das tragédias" que se sucedem naquele país, sendo o último, há poucas semanas, numa sexta-feira, extremamente chocante pela tenra idade das vítimas, estudantes de uma escola primária.
Tais eventos são chocantes e comovem a opinião pública.
Sandy Hook, Oak Creek, Aurora, Virginia Tech, Columbine. 95 pessoas mortas
Mas o articulista, Dr. Garen J Wintemute, do Departamento de Medicina de Urgência da Escola de Medicina em Sacramento, da Universidade da Califórnia chama a atenção para dois fatos lapidares sobre o assunto: Primeiro que esse tipo de atentado não tem aumentado, como pode parecer a primeira vista. De outro, num país como os Estados Unidos 88 pessoas morrem diariamente em função da violência envolvendo armas de fogo. E mais 200 e tantas ficam severamente doentes pela mesma causa. Há uma estimativa, ainda não fechada, de que em 2012, naquele país, pela primeira vez na história, houveram mais homicídios e suicídios relacionados com o uso dessas armas do que mortes relacionadas com acidentes de trânsito.
O motivo? Uma estatística perversa: O país abriga menos de 5% da população mundial, mas detém mais de 40% das armas de fogo em mão de cidadãos civis. Por baixo são 250 a 300 milhões de armas.
O assunto é bastante complexo e envolve tradições históricas da própria constituição americana, mas muito pode ser feito, em termos de controle mais rigoroso da compra e venda de armas.
http://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMp1215491