quarta-feira, 3 de abril de 2013

HPV e Vacina - situação no Brasil

Atualmente existem duas vacinas em uso no mundo todo, inclusive no Brasil. A bivalente (contra os HPVs de alto risco 16 e 18) e a quadrivalente (contra os HPVs 6, 11, 16 e 18).

Lá fora essas vacinas têm nome comercial : Cervarix  e Gardasil. No Brasil vacinas não podem ter nome comercial. 

As vacinas tem indicação na mulher e no homem.  Toda a filosofia inicial foi combater o HPV e Câncer do colo uterino (99% desse tipo de câncer tem o HPV como causador).  

O HPV, no entanto, também causa o condiloma acuminado ou verrugas genitais, um problema bastante sério para quem o apresenta. As verrugas são contagiosas para os parceiros sexuais de ambos os sexos e também para a própria pessoa (auto-contaminação de uma lesão para novas, ao lado, geralmente em tempos diferentes - na prática "um vai e vem" de lesões). 

Para o condiloma os tipos mais envolvidos no mundo todo são o HPV 6 e 11. 

O homem é vetor do vírus.  É o transmissor potencial, embora a mulher também transmita o vírus. O meio mais fácil de transmissão é o contato sexual.  O homem transmite mais. Supondo um homem portador de lesões, a chance de transmissão  para a mulher, numa única relação, fica em torno de 60%. Já o contrário, uma mulher com lesões para um homem, numa relação única a chance fica em torno de 40%. 

Homens, portanto, se beneficiam do uso da vacina quadrivalente. 

A indicação em bula é, no aspecto profilático original, para homens entre 9 e 26 anos.

Algumas indicações, chamadas "off label", fora da bula aplicam-se em casos específicos e estão sob estudos. O efeito que está sendo estudado, mesmo em quem já teve contaminação do HPV é em relação ao bloqueio da auto-recontaminação ou contaminação com outro tipo de HPV, diferente do que a pessoa se contaminou inicialmente. Cada caso merece estudo individual e aconselhamento urológico especializado. 

No Brasil ambas as vacinas estão licenciadas e são comercializadas  para homens e mulheres.

Ela ainda não está no rol das vacinas oferecidas pelo Serviço Público, o que não acontece num grande número de países europeus, Austrália, etc. 

As vacinas são encontradas em clínicas de vacinação e grandes laboratórios que tem setores de imunização. 

Algumas experiências isoladas, no entanto, já foram colocadas em prática em algumas cidades brasileiras, com a vacina quadrivalente:

1 - Barretos   -  em 2010/2011 - Vacinação escolar  em 1.377 meninas do 6o. e 7o. anos do ensino fundamental.

2 - Campos de Goytacazes, RJ - em outubro de 2010 - Vacinação escolar e Postos de Saúde - 17.000 meninas (11 a 15 anos nas escolas)  e mulheres jovens (9 a 26 anos  todas HIV +). 

3- Taboão da Serra, SP - em setembro de 2012 Vacinação Escolar - Meninas e meninos entre 9 e 13 anos num total de 1.500 adolescentes.

4 - São Francisco do Conde, BA - em março de 2011 - Vacinação escolar - 1.500 meninas de 10 a 14 anos.

5 - Distrito Ferderal, Brasil -  em abril de 2013 - Vacinação escolar - 65.000 meninas nascidas entre 1o. de janeiro de 2000 até 31 de dezembro de 2002. 

Algumas áreas do Brasil apresentam um alto índice de Câncer de Colo do Útero, a frente do Câncer de Mama, que prevalece no mundo inteiro incluindo o sudeste e sul do Brasil. Pernambuco / Recife apresenta índices alarmantes de prevalência e incidência de infecções pelo HPV e do câncer correlacionado. 

Vacinas são um instrumento fundamental em Saúde Pública, tanto quanto água limpa e saneamento básico, um trio que vale por dezenas e dezenas de hospitais... Isso é sabido no mundo inteiro. Menos na cabeça de alguns dirigentes por esses lados ao sul do Equador.

O que é uma lástima.  Diminui-se o imposto de tudo (carros, equipamentos, computadores, alimentos, luz etc), menos o imposto de remédios, vacinas, livros, etc. Decerto são artigos de luxo para os brasileiros.  


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