quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cistos renais, exames de imagens e preocupações desnecessárias.

Depois que a tecnologia médica no setor de imagem evoluiu bastante com o ultrassom, a tomografia e a ressonância magnética, os diagnósticos melhoraram muito em comparação com o antigo RX e suas limitações.

Há, contudo, alguns aspectos negativos, quando analisamos esse tipo de tecnologia.

Na linguagem médica passamos a descobrir muitas coisas incidentais, achados de exame, muitas vezes sem nenhum significado, clínico e/ou prático.

Muitas vezes, esses “incidentalomas”, um jargão da Medicina, só servem para atormentar pacientes e médicos, trazendo ansiedade, desconforto e exames adicionais, nem sempre muito necessários.

São achados comuns (às vezes muito comuns) e sem consequência alguma, a médio e longo prazo.

Um dos achados mais frequentes nos consultórios de Urologia são os cistos renais simples. São pequena “bolinhas” de líquido, de urina, localizados nos rins. Podem ser solitários, podem aparecer nos dois rins e mesmo em multiplicidade. São muito comuns nas pessoas acima de 50 anos (estatísticas variam entre 45-50% das pessoas depois dessa idade tem pelo menos um cisto renal simples!).

Podem variar de pequenos, com alguns milímetros de diâmetro a vários centímetros. Se não causam hemorragias, não obstruem o sistema coletor de urina ou não causam dor pelo volume, não demandam nenhum tratamento; apenas um acompanhamento.

Cistos que não são simples - que podem ter septações no seu interior, paredes irregulares, formações sólidas e císticas já são uma conversa totalmente diferente. A chance de abrigarem um tumor renal cresce na medida das alterações encontradas.

Ainda assim podem existir cistos intermediários (numa classificação que vai de I a IV, os do tipo II – classificação de Bosniak) que podem ser apenas consequência de hemorragias ou traumas localizados no rim, com posterior formação de cistos. Esses também precisam de investigação.

Na dúvida consulte seu urologista, mas sempre mantenha a calma ao abrir um exame laboratorial ou de imagem e “analisá-lo” sozinho e por sua conta.

Até a próxima.

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