segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dúvidas médicas 1 - JEJUM

Originalmente postado em 21 de Novembro de 2009

Umas das dúvidas mais constantes dos pacientes/leigos, geralmente quando vão fazer algum procedimento médico, desde a coleta de um exame até uma cirurgia, refere-se ao Jejum.

Jejum é a restrição de ingesta oral.

Ele é dito total, incluindo qualquer tipo de alimento e líquidos, quanto temos por finalidade manter o estômago totalmente vazio. Nesse caso estamos considerando que haverá algum procedimento de anestesia, envolvendo risco de vômito durante a realização da mesma. O vômito deve ser evitado ao máximo e é temido pela possibilidade de aspiração do conteúdo eliminado do estômago para dentro da via respiratória e pulmão (com pneumonia aspirativa posterior) e mesmo inviabilização do procedimento proposto naquele dia (acaba o programa, tal a gravidade do fato). É uma situação grave.
Geralmente o jejum total, cirúrgico, pede um mínimo de oito horas (tempo em que o estômago se esvazia completamente. Dentro desses procedimentos estão também aqueles que não necessariamente utilizam a anestesia clássica, mas processos de sedação profunda (endoscopias, cirurgias com anestesia local MAIS sedação, etc.).

Já o jejum metabólico, utilizado para a coleta de amostras de sangue e outros fluídos corporais, tem por finalidade ajustar a dosa

gem das mais diferentes substâncias que circulam no nosso sangue para valores padrão. Fácil de entender: a glicemia de jejum tem valores definidos internacionalmente, desde que se observe o jejum; do contrário uma simples bolachinha salgada, ingerida 1 hora antes da coleta de sangue fará com que a dosagem da glicose esteja acima do valor padrão, induzindo um falso raciocínio com esse valor “alterado” (diabetes). Mesmo raciocínio vale para a dosagem do colesterol e frações. São doze horas rigorosas de jejum para uma aferição dos lípides sanguíneos.
O grande detalhe do jejum de laboratório, para fazer exames, é que a água não interfere nesses resultados. Não “quebra “ esse tipo de jejum.
Existem exceções muito raras a isso. Geralmente incluem algumas provas de concentração renal muito específicas e pouco utilizadas para aferir o funcionamento de alguns hormônios como o HAD (hormônio anti-diurético), capacidade de concentração renal, diagnóstico de diabetes insipidus (que não tem nada a ver com o diabetes conhecido de todos, relacionado com o açúcar sanguíneo).

Existe ainda uma sub-classe de jejum, ligada a exames de imagem, que têm orientação específica e, portanto, fornecida com as instruções quando marcamos o exame. São geralmente destinados a diminuir gases nas alças intestinais, potencial uso de contraste (que por precaução de reações, também exige um estomago vazio em caso de emergências, entubação orotraqueal, etc).

Na dúvida sempre consulte as instruções detalhadas de cada procedimento a que vai se submeter.

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