segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fratura de pênis - uma curiosidade (dolorosa) da sexualidade masculina.

Originalmente postado em 12 de Maio de 2009

Há alguns dias circulou a notícia de um jogador de futebol, que já jogou pelo Brasil em copa, não identificado (que bom que, às vezes, ainda existe privacidade no país…) que malfadadamente sofreu uma “fratura” de pênis.
O pênis apesar de não ter osso, como algumas espécies de animais têm, como o cão, pode sofre um processo de ruptura na sua estrutura mais resistente que envolve os corpos cavernosos e o corpo esponjoso, no estado de ereção.
Essa estrutura é denominada fáscia ou aponevrose de Buck. É um tecido fibroso resistente, mas elástico, muito semelhante ao que limpamos na carne bovina antes de prepará-la ( aquela estrutura fibrosa azulada que reveste também os músculos).

Essa fáscia fica sob tensão máxima quando o pênis atinge sua total ereção. A fratura, que ocorre com um estalo característico e dor importante, acontece quando existe uma superfície dura contra a qual o pênis investe ou vice-versa. Em termos anatômicos isso pode ocorrer na posição sexual com a parceira deitada de costas quando o homem, nos movimentos de penetração muito intensos, retira involuntariamente o pênis e “erra” o intróito vaginal, arremetendo o pênis contra o púbis da mulher. Outra situação frequente é na posição invertida, em que o homem está deitado e a mulher a cavaleiro, faz a movimentação e eventualmente senta com grande força sobre o pênis, fora do trajeto habitual.
Dor, estalido, e se segue um extravasamento de sangue para fora do corpo cavernoso, formando uma deforminadade, as vezes grotesca, mas que se autocontém. Ninguém morre de hemorragia por isso. As outras fáscias( Colles e pele) contêm o sangue que extravasa. A ereção se vai e a dor estabiliza.

O endereço certo é o Pronto Socorro.

O tratamento é cirúrgico. O lugar em que houve o rompimento é fechado, após a evacuação do coágulo e é feito um curativo compressivo. A abstinência a ser observada é de algumas semanas.
Em 1987, juntamente com os Dr. Nelson Rodrigues Netto Jr. e Paulo Palma, publicamos o resumo clínico de dois casos dessa patologia na antiga Revista do Hospital da Força Aérea ( Vol 2, no.1 pg 17 a 22). Os dois casos evoluíram muito bem, como geralmente acontece com esse “acidente de percurso” dos amantes inflamados !!!

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