quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Curso de Reciclagem em Ginecologia apresenta novidades relativas ao HPV no casal.

Realizado em 24 de setembro de 2011 em São Paulo, o curso de Reciclagem em Ginecologia (clique aqui para rever a notícia) apresentou novos parâmetros para a avaliação e acompanhamento para o HPV no casal.Confira os quatro pontos mais interessantes do encontro.

1. Mudanças no exame de Papanicolaou* (ou citologia oncótica do colo do útero)-Dr. Gustavo Focchi da Universidade Federal de São Paulo/ Escola Paulista de Medicina discorreu sobre a citologia em base líquida que propicia, além da citopatologia convencional (que era vista nos esfregaços em lâmina de vidro), a realização de muitos outros exames no mesmo material desde a biologia molecular (rastreamento do HPV) até a aplicação da imunocitoquímica, com pesquisa de marcadores mais confiáveis e até com certo valor prognóstico na análise da citologia, facilitando quando ou não indicar a biópsia e/ou prosseguir com a investigação. Esse novo método também permite a identificação com segurança de micro-organismos como a Neisséria (agente da gonorréia), Herpes, Clamídia e trombofilias.

2. HPV na gravidez - O assunto foi discutido nos seus aspectos práticos. Na gestação o tratamento do HPV sofre sérias restrições de medicamentos e mesmo procedimentos cirúrgicos no colo uterino gravídico. Felizmente durante a gravidez não existe aumento ou recrudescimento do HPV. É, de certa maneira, um enigma. Além disso, a evolução do HPV após a gravidez costuma ser favorável com a
melhora do quadro e, ainda como uma surpresa;alguns estudos apontam que alterações atípicas evoluem melhor quando a via de parto é vaginal. Não se sabe ao certo o porquê, mas provavelmente as grandes modificações de dilatação do colo uterino durante o parto possam ativar os mecanismos de defesa locais.

3. HPV e proctologia - Uso do imiquimode na área proctológica está em alta e com bons resultados. Dr. Sidney Nadal, do serviço de Proctologia da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e do Hospital de Infectologia “Emílio Ribas” apresentou sua experiência com o uso de imiquimode, um imunomodulador, em lesões HPV-induzidas na região perianal em população HIV positiva. O trabalho inclusive, ganhou um prêmio de melhor trabalho durante o último Congresso Brasileiro de Colo-Proctologia , realizado em Fortaleza, agora no começo de setembro de 2011.

4. HPV e câncer de orofaringe/ cabeça e pescoço - O Dr. Henrique Olival Costa, também da Santa Casa de São Paulo e vice-presidente do Instituto do HPV, mostrou dados ainda inconclusivos a respeito do efeito do HPV nos cânceres de laringe e orofaringe. A presença do HPV na população em geral é estimada em aproximadamente 4,5% (com diferença mínima entre um sexo e outro). Mais estudos são necessários para a avaliação real do problema. Sabe-se, contudo, que os cânceresdessa região em que o HPV tem participação exibem um perfil diferente: incidem mais em jovens, mais em mulheres, mais em não fumantes e tem uma evolução melhor do que os demais. Outra surpresa.


o balanço sobre as vacinas no mundo todo fica para uma outra ocasião.

*Papanicolaou (com “ou“ no final em homenagem ao médico grego Geogios Papanicolaou, considerado o pai da Citopatologia).

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