segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ejaculação precoce & disfunção erétil - pesquisas correntes.

Originalmente postado em 28 de Abril de 2009

Após a publicação da última matéria, anterior a essa, alguns clientes me ligaram.
Alguns para congratulações.
Uns poucos, que me chamaram a atenção, desesperançados e meio deprimidos com a água fria. Nem ao céu, nem à terra. Podemos garantir a esperança em progressos na área da saúde masculina se tivermos um olho crítico no que exatamente estamos lendo.

Por exemplo, nesses dias ocorre o encontro da American Urological Association, a maior sociedade de urologia, considerados os países isoladamente. Um dos briefings para a imprensa tratou do uso de nanotecnologia, numa pomada como veículo, portanto de uso tópico, em que microscópicas partículas (nano é a ordem de grandeza) de óxido nítrico são liberados na mucosa do pênis, facilitando a ereção. É um evento promissor para uma eventual terapia, se chegar ao uso clínico.

Sim, aqui entra a nossa ressalva de se interpretar com cuidado as coisas.
A experiência foi feita com apenas 7 camundongos, geneticamente propensos à disfunção erétil. A ereção foi conseguida em 6 deles após um período médio de 1 hora e 5 minutos da aplicação. Não há menção de outros detalhes relativos à duração da ereção e dos efeitos colaterais imediatos e de longo prazo.

Resumo da ópera - a liberação química do óxido nítrico é potencialmente possível através da nanotecnologia e pode ser útil para obter a ereção em ratos, de acordo com um experimento com um pequeno número de animais testados. Ponto final!

Pesquisa básica e experimental (realizada em laboratório, não envolvendo humanos, mas cobaias). Promissora, mas que exigem um número maior da casuística, estudo de efeitos em longo prazo, efeitos colaterais, custos… Etc.

Situação quase idêntica à da pesquisa italiana com um spray anestésico para ejaculação precoce. Pesquisa inicial com um número pequeno de indivíduos, com seguimento de curto prazo, sem repetição e confirmação de resultados.

Em toda a ciência, todos os dias, resultados iniciais ocorrem aos montes e devem seguir uma rotina implacável para a verificação se a hipótese é verdadeira e se compensa em termos de aplicabilidade (leia-se custo, tolerabilidade, qualidade do efeito, efeitos colaterais & segurança, etc. etc.).

Enquanto isso, a vergonha de procurar ajuda a respeito da disfunção erétil associada a cupidez de se levar vantagem com o “baratinho” tem feito vicejar uma indústria monumental de remédios para impotência falsificados e vendidos pela internet. O negócio é mais rentável do que a cocaína e, adivinhe, já faz parte do leque de investimentos do “outlaw business”.

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