terça-feira, 20 de setembro de 2011

Hipotireoidismo em 5 minutos

Originalmente postado em 19 de Janeiro de 2010.

Visão geral da tiróide.
A tireóide é uma pequena glândula localizada no pescoço, abaixo do chamado “pomo de adão”.

Ela produz dois hormônios, T3 e T4, responsáveis pela regulação de muitas funções no organismo (área cardíaca, gastrointestinal, reprodução, crescimento celular e funções neurológicas, entre outras).

O hipotireoidismo é uma condição em que esses hormônios são produzidos em baixa quantidade.

Quando eles faltam o organismo apresenta um conjunto de sintomas importante com grande influência na qualidade de vida da pessoa. O hipotireoidismo pode se manifestar na idade adulta e também ainda dentro do útero ou nos bebês. Nesses casos as conseqüências podem ser desastrosas com impedimento do desenvolvimento dessas crianças afetadas. São muitas as seqüelas que podem acontecer desde atrofia cerebral, crescimento deficitário, surdez, alterações cardíacas graves, etc.

Estatísticas apontam uma estimativa de 5 milhões de pessoas com hipotireoidismo só no Brasil. Nas crianças 1 em cada 3 a 4 mil nascidos vivos. Nos adultos temos 4 mulheres para cada homem com hipotireoidismo.

A boa notícia é que o tratamento desse tipo de distúrbio é fácil e barato, apesar da necessidade de se usar o hormônio por toda a vida e regularmente verificar se a dose está adequada.

Quando a doença começa pode não existir sintomas significativos e o diagnóstico fica para trás. Na nossa prática clínica, muitas vezes aferindo a saúde de um modo geral e não apenas urológica, sempre incluímos um exame de sangue simples para detectar problemas nessa área. O urologista não é o médico que deve acompanhar os pacientes com hipotireoidismo. Isso cabe ao endocrinologista; mas o diagnóstico é obrigação de qualquer médico que vá cuidar da sua saúde. Não apenas por ser uma doença freqüente e que apresentou uma incidência brutal nos homens nas duas últimas décadas, mas porque ela pode influenciar outras condições. Na área urológica por exemplo ela pode ser um componente muito sério das disfunções sexuais, piorando muito uma disfunção erétil, por exemplo, ou simulando uma “andropausa - distúrbio androgênico do envelhecimento masculino”.

O quadro típico do hipotireoidismo inclui: cansaço, raciocínio difícil, alterações de humor sem causa aparente, pele e cabelos ressecados, unhas quebradiças, prisão de ventre, fraqueza muscular, anemia, depressão, perda de apetite, aumento de peso corporal, excesso de frio, edema facila e nas pernas, aumento do colesterol, na mulher, irregularidades no ciclo menstrual e lactação fora do normal nas mamas, no homem os distúrbios já referidos.

As crianças que nascem com hipotireoidismo tem sintomas semanas depois do nascimento: choro baixo e rouco, , prisão de ventre, apatia, dificuldade para mamar, hérnia umbelical, icterícia ( pele amarelada), diminuição de reflexos, diminuição do tônus muscular e pele seca e macerada (envelhecida).

O vilão nos adultos é a Tireoidite de Hashimoto. Uma doença auto-imune que literalmente ataca a glândula com anticorpos contra a mesma atingindo a produção dos hormônios.

Outras causas: cirurgia para a retirada de câncer na tireóide e uma causa muito comum - abuso de medicamentos tiroideanos, geralmente encontrados nas famosas “fórmulas para emagrecer”, sob a explicação de “acelerar o metabolismo”…

Uma causa de hipotireoidismo interessante e quase uma curiosidade histórica é a falta do iodo na alimentação. Quanto mais nos afastamos do mar menor a disponibilidade desse elemento nos alimentos. Isso, no mundo inteiro, foi resolvido com adição de pequenas quantidades de iodo no sal de cozinha. Naturalmente ele está presente no sal marinho e nos frutos do mar.

Num outro artigo vamos abordar o que o excesso de iodo pode causar numa população. Há um caso interessante que ocorreu por uns dez anos em nosso país. Uma “brasileirada” daquela que se esconde debaixo do tapete….

Mas para encerrar o artigo e fechar o conhecimento básico disso: as crianças recém nascidas passam todas por uma triagem desse problema sério para elas - é o famoso teste do pezinho (feito 48 horas após o nascimento com rastreamento do hipotireoidismo, fenilcetonúria, fibrose císitica e anemia falciforme). O teste é obrigatório na rede pública e privada de saúde.

O tratamento dos adultos é feito com suplementação de T4.

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