terça-feira, 20 de setembro de 2011

Violência e juventude

Originalmente postado em 17 de Agosto de 2010

As estatísticas da OMS são gerais e podem estar subestimadas em funçãos de vários conflitos bélicos atívos no mundo nos dias de hoje, o que faz aumentar o potencial letal dessas vítimas.
Em nosso país também devemos considerar o subregistro da violência urbana, sobretudo aquelas que não são fatais e escapam às estatísticas policiais e hospitalares.

Mas mesmo com essas nuances os números não deixam de ser perturbadores: a violência na juventude (ou contra os jovens) é uma das causas principais de morte entre os jovens, particularmente os jovens do sexo masculino. Estima-se que 565 jovens entre os 10 e 29 anos morra a cada dia em função de violência interpessoal . Para cada uma dessas mortes há uma estimativa de que hajam até 40 outros jovens que sofrem violência resultando em situações que necessitam de cuidados hospitalares diariamente.

Quais são os “remédios” e “vacinas profiláticas” para esse problema de saúde pública?
O assunto pode parecer complexo mas não é tanto.

Começa pela necessidade de disposição do poder público em querer atuar nesse sentido.

Passa por leis mais rígidas e efetivamente cumpridas, sobretudo na sua fiscalização, no que tange à restrição do comércio e acesso a armas de fogo, redução do acesso ao álcool e drogas. Passa também pela educação, fortalecimento de instrumentos sociais de convívio como acesso ao esporte, atividades sociais e de socialização, fortalecimento das relações familiares e da própria família.

Nesse particular é preciso mudar a visão tacanha dos governantes a respeito do acesso ao esporte, muitas vezes limitada à construção de campos de futebol ou piscinas desprovidas de educadores físicos e treinadores. Esportes “burgueses”, nessa mesma visão tacanha e deplorável podem e devem muito bem estar a disposição de jovens desprovidos e sem acesso à pluralidade de sonhos e desejos tornados comunitários e banais a todas as “classes” em países que já deixaram os primórdios do século passado e para cujas sociedades alguns conceitos como “burguesia”, “classes sociais” e outras “pérolas” do passado são apenas conhecimentos histórios devidamene socializados. Certamente esportes um pouquinho diferentes do futebol podem envolver e resgatar jovens com incontáveis talentos ocultos e significar a diferença fundamental na vida dessas pessoas em formação. Certamente não falta ao Brasil uma plêiade de professores e técnicos em Educação Física que veriam suas profissões e carreiras merecidamente valorizadas.

No escopo das relações instituicionais e constitucionais falta também, em muitos países, um sistema correcional que desperte um mínimo de respeito e temor das consequências em jovens que já sabem muito bem raciocinar e responder por seus atos. Países com séculos a mais de desenvolvimento e vivência, sobretudo com democracias mais antigas do que muitos desses países, frouxos em seus sistemas de correção e recuperação social, não devem estar errados em seus sistemas correcionais mais rígidos. Colocam em prática sistemas que já despertam um respeito maior pelas suas penas quando a ordem social é quebrada. É um fator de inibição formidável sempre presente.

Pura perda de tempo querer reinventar a roda!

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