HER-2 e Câncer de Próstata

Originalmente postado em 10 de Março de 2009

Matéria publicada na “Folha de S. Paulo” em 10/3/2009 registra pequena pesquisa nacional, com 110 pacientes, em que se utilizou um marcador conhecido com HER-2 em comparação com o PSA para uso no Câncer de Próstata.

O HER-2 é um receptor utilizado no material de biópsia e espécime cirúrgico de mastectomias, em casos de tumores de mama e tem, sobretudo, um valor relativamente importante nos prognóstico dessas mulheres portadoras do tumor, na fase de tratamento quimioterápico, após a cirurgia.

No caso da pesquisa apontada, infelizmente os dados da reportagem são bastante incompletos em relação à metodologia utilizada e mesmo sem citação do local em que a pesquisa foi publicada.

É mais um dado ainda experimental, pois o HER-2 é utilizado em tecido humano (material de biópsia e mesmo parte do tumor operado) e tem um custo bastante salgado, de aproximadamente R$ 1.500,00.

Portanto a dosagem sanguínea do HER-2, provável foco de interesse na prevenção do câncer de próstata, segundo esses médicos, ainda é um procedimento experimental. Sua utilização no sangue de mulheres com tumor de mama foi recentemente introduzido no Brasil em janeiro desse ano. O Kit tem o nome de Her2 neu ou Cerb-B2. Vieram para estudos clínicos, que também estão sendo realizados em outros países, em caráter duplo cego(*), em pacientes com tumores de mama já comprovados e operados e ainda estão em andamento.

Portanto, surge mais uma esperança de mais um método auxiliar, nesse câncer extremamente frequente entre os homens e que, já se sabe, guarda íntima relação genética e biológica com o câncer de mama, outro vilão, no sexo feminino.

Esse possível marcador sanguíneo, juntamente com a sarcosina na urina, outro possível marcador publicado na Nature recentemente, quando disponíveis na prática clínica, serão prontamente informados aqui nesse blog.

(*) Cultura geral - estudo duplo-cego é aquele que testa determinada droga ou teste com placebo, aleatoriamente, sem que o pesquisador ou o pesquisado saiba em que grupo estão os pacientes. É uma medida que garante a confiabilidade do estudo, evitando interpretações tendenciosas.